domingo, 28 de fevereiro de 2010

Por dentro da inclusão digital

Brasília, 28 de fevereiro de 2010.


Por Elisabeth Mota


O governo prevê para este ano um investimento de R$ 165 milhões na inclusão digital, o objetivo é implantar três mil novos centros gratuitos de acesso à internet em todo o país, além dos cinco mil que já existem.
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Para muitos, esse investimento representará a evolução de suas vidas, enquanto para outros, que já estão acostumados com a modernidade e a vida digital, este é só mais um passo rumo ao futuro, como é o caso do senhor Orcalino Vieira da Mota, que aos 67 anos, está totalmente por dentro da inclusão digital.


Era dispendioso ser estudante


Orcalino, formado em engenharia civil pela Universidade de Brasília (UnB) em 1976, conta como era dispendioso ser estudante. “Os computadores tipo PC, ou microcomputadores como conhecemos hoje, não existiam, eram máquinas que ocupavam grandes espaços. Obviamente, conhecendo os computadores de hoje e a internet, não há dúvida de que, se já existissem naquela época, tudo seria diferente, melhor, e meu aprendizado seria bem mais proveitoso.
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Naquela época não existiam os programas específicos para desenvolvimento de projetos nas mais diversas áreas como existem hoje e nem o nível de sofisticação. O PC e a internet fizeram uma total revolução nos meios de comunicação, pesquisa e aprendizado”, enfatiza Orcalino, que só começou a usar computadores e internet há 15 anos atrás, quando foi trabalhar como engenheiro na Câmara Federal.

Orcalino mostra que está por dentro da inclusão digital, para ele a inclusão digital é o livre e irrestrito acesso a todo tipo de conhecimento, onde as pessoas poderão utilizar as ferramentas disponíveis para acessar a internet e ter acesso a esses conhecimentos de forma rápida e eficiente.

No Distrito Federal está sendo construída a primeira “Cidade Digital” próximo da Granja do Torto, com data prevista para entrega em dezembro de 2011.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

A inclusão que exclui

Por Rosane Tomaz
Na casa da estudante da 6 série Kamila de Oliveira Silva, 14, tem computador, mas não acesso à internet. Quando precisa falar com familiares de outros estados ela utiliza o bate-papo na casa de sua avó. Para Kamila, esse mundo digital não tem tanta expressividade. “ Eu uso mais a internet para ver meu Orkut e conversar com as pessoas pelo msn”, diz ela que já leu dois livros baixados da grande rede por uma amiga. Questionada se realizava buscas nos sítios do governo, como o Planalto que dá acesso às leis, ela diz desconhecer. A partir desse ano ela e seus colegas de sala farão parte do mundo da informática na escola.
Comparando a situação da estudante que mora no DF, o estado com mais inclusão digital do Brasil, com aqueles que são considerados digitalmente excluídos, na qual situação social e digital se confundem, Kamila tem a vantagem de ter acesso tanto às ferramentas físicas quanto as virtuais, porém sua utilização a coloca no patamar inferior daqueles capazes de melhor explorar os recursos do computador.

Cidadãos
Embora seja grande o empenho do governo em fornecer educação digital aos moradores do DF, o verdadeiro e maior objetivo do estado é aprimorar o conhecimento de jovens e adultos, prepará-los para o mercado de trabalho tão moderno e avançado e inserí-los na vida social.
Quanto antes as pessoas, principalmente os estudantes, forem conscientizadas do valor que é agregado ao profissional bem instruído digitalmente mais o mercado de trabalho será bem abastecido. Dessa forma a tecnologia criará bem menos excluídos e os usuários da internet e do computador compreenderão a existência do entretenimento, da cultura e do aprendizado oferecidos simultaneamente pela tecnologia computacional, além de zelarem por aquilo que fazem deles cidadãos, ou seja, a participação efetiva na vida da sociedade.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A responsabilidade na especialização jornalística

Por Rosane Tomaz
A disponibilidade das informações aliada aos avanços tecnológicos provocou mudança na forma de passar a notícia dos meios de comunicação de massa. Quem trabalha nessa área percebeu que o conforto das informações instantâneas obriga o pesquisador a saber mais sobre determinado assunto, pois esse também é o desejo de quem busca informações: conhecer bem, de fonte fidedigna e ter a certeza que não há opiniões meramente apelativas.
Se o espectador assistiu, leu ou presenciou um fato que lhe chamou a atenção, seja no jornal, na revista ou no rádio, logo ele buscará mais detalhes na tela do computador através de um grande propagador da notícia, a internet. Embora seja grande a comodidade da informação através dessa ferramenta, pessoas mais tradicionais ou de personalidade mais aguçada preferem os artigo dos jornais ou as revistas especializadas em ciência, tecnologia, saúde, religião e quaisquer temas capazes de prender a atenção do estudiosos e curiosos do assunto.
Os temas são tão diversificados quanto seus o leitores. É humanamente impossível um ser saber tudo sobre medicina, por exemplo, pois essa tem várias ramificações com suas complexidades e seus interessados. O profissional da saúde se especializa num segmento, ginecologia, obstetrícia, pediatria. O profissional das notícias viu-se acuado com a demanda de informação certa e precisa procurada por leitores. Além da grande pesquisa que envolve o tema, ele tem que se atentar ao fato da tradução dos termos técnicos aos olhos leigos
A exigência da preferência individual personalizou a abordagem dos temas. Não se pode mais agrupar seres tão singulares, consumidores de informação, na mesma esfera de interesse e sede de conhecimento. Não há mais o termo globalização no sentindo de gosto pessoal. Se antigamente os textos eram voltados para os diversos segmentos da sociedade, separado por raças, credos e classes sociais, hoje essa situação não se aplica, o gosto pessoal surge de todos os segmentos porque o indivíduo sobressai qualquer título social.
A ignorância do assunto finda nas páginas da Cabelos e Cia ou nas da National Geographic, independentemente do assunto, há temas específicos para todos os gostos. Essas revistas temáticas atraem público específico, porém existem impressos com vários segmentos - saúde, educação, música – com seus leitores assíduos que não deixam de ser personalizados em sua didática e exploração das mensagens. A esse nível, não se pode comparar a forma de se falar da música do momento, na generalizada e a técnica do teclado, em uma revista homônima.
Dessa forma, não tem como saber se a revista surgiu para o segmento ou se o tema englobou os interesses de seus leitores. Para descobrir isso e lançar novos assuntos para a sociedade o pesquisador e divulgador dessas informações necessita ter base cultural e acadêmica. A importância de se estudar as comunidades, pelo menos as que mais influenciam o modo de vida da sociedade que pertencem, e suas particularidades facilitam a descoberta de seus interesses, assim como a sua história e tradição.
O desconhecimento de fatos básicos e a falta de técnica para abordar assuntos de interesse peculiar dá margem ao engano, ao erro e, consequentemente, à falta de fidelização dos leitores-consumidores. Qualquer pessoa pode escrever textos a terceiros, mas não sem embasamento teórico e vida prática.
Ser jornalista é ser responsável por aquilo que escreve e expõe às pessoas. É livre a liberdade de pensamento, mas incorrer os leitores em erro é um crime pessoal, de consciência. Escrever para vender, não informação e sim especulação, é mostrar sua própria imagem e coloca em xeque seu caráter. O pesquisador acaba se tornando o texto que redige e o leitor se agarra às suas palavras, pois ele acredita que aquilo que leu é o que toda notícia jornalística deveria ser: a pura verdade.