domingo, 14 de março de 2010

Religiões não tão corretas assim



Por Elisabeth Mota




No mundo existem diversos tipos de religiões há serem seguidas, o Santo Daime é uma delas, uma manifestação religiosa baseada nos indígenas.

O Santo Daime teve seu surgimento nas primeiras décadas do século XX. Consiste em uma doutrina espiritualista que tem como base o uso sacramental de uma bebida enteógena (para os cientistas, uma droga psicodélica).

Assim como nos rituais indígenas, no Santo Daime sempre há uma forte presença musical. São sempre cantados hinos religiosos e são usados maracás, um instrumento indígena ancestral, na maioria dos locais de culto.


Legislação para uso do chá

Em janeiro desde ano o governo brasileiro legalizou o uso religioso do chá ayahuasca, para os cultos do Santo Daime.

Como forma de prevenir o uso correto da droga a comercialização e propaganda do mesmo foram vetadas e a criação de um cadastro facultativo para as entidades que o utilizam foi feito.


As consequências dessa religião


Na madrugada do dia 12 de março, o cartunista Glauco Villas-Boas, 53 anos, e seu filho, Raoni Ornellas Pires Villas-Boas, 25, foram mortos a balas. O suspeito, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, um rapaz de 24 anos, era amigo da família de Glauco.

Nunes era integrante da igreja Céu de Maria, fundada por Glauco e por sua esposa. A igreja do cartunista atendia pessoas com problemas com álcool e drogas ilícitas, nos cultos eram consumido o chá alucinógeno.

Segundo testemunhas, o rapaz invadiu a casa do cartunista aos berros dizendo ser Jesus Cristo e em meio a conflitos internos o jovem teria tentado se matar, porém como fim trágico, Nunes assassinou Glauco e seu filho.

Fica a pergunta no ar, será que o estado mental do rapaz não teriam se intensificado com o uso do chá alucinógeno feito na igreja com doutrinas do Santo Daime? Até que ponto a religiões altera a capacidade de discernimento dos seus fieis? A religião é item necessário para formação do ser humano.

E agora, inserido esse contexto, o rapaz que poderá alegar na justiça que realizou tal crime acreditando em seus conceitos religiosos sob o efeito do “chazinho”, será perdoado pela igreja ou sofrerá represálias pelos seus atos?

Do ponto de vista de muitos, a religião não é o caminho certo e sim a sua religiosidade, é o que os outros dizem que esta certo e sim o que você é capaz de analisar se estar certo ou errado, porque no final, será você quem vai acertar as contas com Deus e não a sua religião.

sábado, 13 de março de 2010

Religiosidade e busca espiritual: um caminho a percorrer

Por Rosane Tomaz
O que somos
Em meio a tantas religiões, seitas e associações fico perplexa com a falta do maior objetivo de ser ter a crença: você mesmo.
Ir a templos ou igrejas não faz ou dá sentido à vida de ninguém. Ostentar o título de cristão, evangélico ou espírita é o mesmo de se dizer branco ou negro. A diversidade religiosa põe abaixo os princípios de qualquer pessoa que busca a paz interior. A caminhada espiritual não é regida por dogmas e não admite preconceitos. A única coisa que basta é se encontrar. Manter o coração limpo. Admitir seu salvador na sua vida e ter fé nele. É caminhar, caminhar e caminhar. Os caminhos são colocados todos os dias à nossa frente e sempre achamos que podemos adiá-los para amanhã, mas quem trilha pode sentir as maravilhas da vida preenchida pela força do amor, da certeza de não estarmos abandonados nesse mundo.

Sozinhos
É difícil saber o que se passa na cabeça de quem resolve não querer mais viver, de quem se mata aos poucos dentro de uma fé cega e troca de religião procurando algo que o preencha, mas nunca acha. A primeira impressão de quem chega à uma nova casa é sempre que aquela é a melhor, então surgem as decepções, as intolerâncias como das outra. O erro ou o acerto não está no que o pastor e o padre falam. A igreja ou o templo não contem aquilo que um sedento de fé procura. O criador não deixou pedras ou areia para amadurecermos a essência da vida, a nossa alma. Deixou a Sua palavra e deixou-nos nosso corpo que é a morada de Deus.

A caminhada
Quando oramos agradecemos e pedimos por nossos entes queridos, queremos que eles saibam como chegar perto dessa luz da qual somos parte. Infelizmente não podemos salvar ninguém dos seus erros, apenas podemos pedir para que o Senhor envie o convite a quem amamos, o chamado a uma nova vida. A busca espiritual é uma caminhada solitária, onde só você pode decidir seus caminhos. Tudo que precisamos para chegar ao recomeço está dentro de nós. É nessa caminhada que nossos fardos caem, o peso dos nossos pecados diminuem com nosso esclarecimento e arrependimento sincero. Ao percorrermos a estrada encontramos as respostas, os ensinamentos necessários e a chave para conseguir a vida eterna.

A ciência e a fé
Claro que existem aqueles que duvidam ou simplesmente não acreditam na existência de um ser supremo. Acham que tudo pode ser cientificamente comprovado. São anos de estudo para sustentar uma teoria e em meio a esse estudo surgem contestações de suas próprias teses. Darwin ficaria de cabelos em pé se sua teoria da evolução que perdurou por séculos de ceticismo caisse hoje. Até ele olharia para os céus e se perguntaria “como ?” e a resposta está dentro dele também. Ter fé é mais difícil do que se imagina, é preferível acreditar em algo concreto a ceder a uma força interior, aos milagres que você mesmo pode realizar.

O deus em mim saúda o deus em você
Apesar de ter sido criada na igreja católica e continuar a frequentá-la até hoje, não me considero católica e sim cristã, crente. Crente porque creio e cristã por seguir Jesus Cristo. Passei por toda essa busca e ainda procuro mais. Todos os dias vejo e opero milagres em mim, - não, não tenho o dom da cura ou de qualquer outra coisa – apenas vejo e sinto o ser espiritual que sou. Chamo o ser supremo de “Deus” e respeito quem o chama de “Alá”, “Buda”, “Krishna”, pois sei que ele é o mesmo e embora a nossa teimosia em dizer que ele é diferente para cada religião.

O fim
Pode ser o fim dessa pequena explicação mas jamais da vida. Somos seres espirituais realizando uma experiência material. Amo o mundo em que vivemos, gosto dos animais, das plantas, de sentir o sol ardendo na minha pele, ver um sorriso do meu filho, o vento batendo nos meus cabelos, aprecio a união do casal que deixa frutos para contar sua história de amor, me emociono com pequenos gestos, sinto frio na barriga ao descer de uma montanha russa, deito na grama e vejo o trabalho incessante das formigas... tantas coisas para vivermos e sentirmos a presença de Deus. Só não existe deus em guerra, inveja, corrupção, destruição do meio ambiente. Lembre-se que não existe religião perfeita e sim religiosidade individual, onde se decide o que é certo e bom para si baseado naquilo que a vida lhe ensinou e com a certeza que o bem sempre triunfará no final.

domingo, 7 de março de 2010

Doutores da Alegria

O amor que faz transformações

Por Elisabeth Mota



A idéia de que o amor além de contagioso faz transformações na vida dos pacientes, teve inicio com o renomado médico e palhaço Hunter Patch Adams, eternizado pelo cinema no filme “O Amor é Contagioso”.

Em palestra ministrada no dia 25 de maio de 2009, no Centro de Eventos Grande Oriente do Brasil, em Brasília, que teve sua lotação máxima, Patch relata que tudo pode ser resolvido com amor, alegria, cooperação e criatividade, não só no âmbito da medicina, mas em tudo o que você se propor a fazer.

Quem pode participar da palestra relatou que Adams é um grande conhecedor de vários assuntos e que sua experiência de vida é fantástica, além de afirmar que sua filosofia de vida pode realmente ser seguida, seja na vida profissional ou na pessoal, como explica Heloneide, gerente de uma loja no Conjunto Nacional.

Doutores do Amor e da Alegria no Brasil


O grande trabalho desenvolvido por Patch é o precursor dos Doutores da Alegria, que é uma organização sem fins lucrativos, espalhada por todo o Brasil. Eles tem como objetivo incentivar os pacientes a aflorarem seus sentimentos na intenção de melhorar a resposta no tratamento de enfermidades.

Os Doutores da Alegria tentam se manter com o apoio de empresas e pessoas físicas e utilizam o teatro para levar a alegria aos pacientes dos quartos de hospital.

O trabalho desses médicos já foi reconhecido duas vezes pela Divisão Habitat da ONU como uma das melhores práticas globais na tentativa de melhorar o estado físico e mental dos doentes.
Quem ver os médicos nos hospitais com nariz de palhaço e cabelos coloridos pode achar que eles acabaram de sair de um circo.

A verdade é que estudos já comprovaram que a alegria que os pacientes sentem ao ver esses médicos transformam o seu estado clínico, assim, eles respondem melhor as medicações e ficam mais receptíveis aos tratamentos. Os médicos acreditam que animar os pacientes com brincadeiras ajudam a reduzir o sofrimento deles.

Atualmente vimos exemplos disso na novela “Viver a Vida”, onde o médico Miguel, interpretado pelo ator Mateus Solano, faz sua pequena parte como um Doutor da Alegria no Natal das crianças internadas no hospital. Fica claro que não é somente o medicamento que ajuda essas crianças, mas sim o fato do médico fantasiado de Papai Noel fazendo brincadeira e dando presentes a elas.

Doutores da palhaçada

Por Rosane Tomaz
Picadeiro no hospital
Ao se ver passa um nariz vermelho pelo corredor do hospital logo se sabe que vem animação por aí. Esse é o trabalho, sério por sinal, dos doutores da alegria. Porém, o título de “doutor” é subjetivo, pois, os palhaços que percorrem os quartos do Hospital Regional da Asa Norte são artístas engajados no bem maior do ambiente hospitalar: a vida, mas, com alegria. Para ser um doutor da palhaçada e levar auto-estima para os pequenos internos deve-se ter a capacidade de despertar a curiosidade das crianças e ter flexibilidade, principalmente, porque nem todos estão dispostos a receber bem as brincadeiras propostas. Para aguçar essas características são oferecidos cursos tanto para médicos, quanto para artistas em geral.

Ser Doutor da Alegria
Os cursos oferecidos são de Palhaço I, onde ensina a linguagem do palhaço e desenvolve as habilidades, destinado a pessoas do meio; Palhaço Curioso, para o público geral sem pretenção de ser um doutor da alegria; Oficina para Voluntário da Corporação, para qualquer segmento onde objetiva-se a melhoria nas relações pessoais e o Boas Misturas, voltado para estudantes ou profissionais da saúde. Os cursos dão certificados, mas não garante registro na Delegacia Regional do Trabalho. Apesar de ser vinculado à organização não governamental (ONG) doutores da alegria, a intenção não é formar profissionais para atuarem em hospitais. O doutor da alegria já existe em cada pessoas, esteja ela vestida a caráter ou não. Para mais informações sobre o que é a ONG e em quais hospitais do Distrito Federal ela atua acesse o sítio www.doutoresdaalegria.org.br ou contacte a secretaria de saúde do DF pelo número (61) 3355 8214.